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Gruta do Cristal
Morro do Chapéu -
BA , Lat.:
-11.820555687 Long.:
-41.312500000
Última alteração: 04/07/2022 12:28:33
Última alteração: 04/07/2022 12:28:33
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
270
Valor Educativo:
190 (Relevância Regional/Local)
Valor Turístico:
140 (Relevância Regional/Local)
Risco de Degradação:
300 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Gruta do Cristal |
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Título Representativo: | Caverna da Fazenda Cristal |
Classificação temática principal: | Espeleologia |
Classificação temática secundária: | Paleontologia |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº : | Não |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Sim (Morro do Chapéu - BA) |
Localização
Latitude: | -11.820555687 |
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Longitude: | -41.312500000 |
Datum: | WGS 84 |
Cota: | m |
Estado: | BA |
Município: | Morro do Chapéu |
Distrito: | |
Local: | Fazenda Cristal |
Ponto de apoio mais próximo: | Cidade de Morro do Chapeu |
Ponto de referência rodoviária: | Contorno rodoviário de Morro do Chapeu |
Acesso: | O acesso a esse afloramento é feito pelo seguinte trajeto: a) partindo do contorno rodoviário de Morro do Chapéu, percorrer 45 km até o entroncamento para Catuaba; b) 1,2 km até Catuaba; c) 1,5 km pela estrada para Cafarnaum e dobrar para norte; d) 2,9 km até a sede da fazenda de José Carlos Ferraz, falecido; continuar por mais 600 m e estacionar junto a uma casa demolida de onde se pode ver o afloramento, situado a alguns metros de distância. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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No domínio das rochas calcárias presentes na região sul do município de Morro do Chapéu (BA), há uma extensa área cárstica, associada à dissolução de uma unidade carbonática com mais de 50 m de espessura, denominada Jacuipe Flints, subjacente a pacotes de siltitos, na base da formação Caboclo. Trata-se de um carste encoberto onde as dolinas, em diversos estágios evolutivos e categorias morfogenéticas, são as feições mais comuns em superfície, via de regra estabelecidas nos siltitos e associadas à cavernas formadas em profundidade. A frequência, ampla distribuição geográfica e grandes dimensões dessas dolinas sugerem que a dissolução dos carbonatos se deu em escala regional e em um aquífero semiconfinado. A Gruta do Cristal é um bom exemplo de caverna resultante de dissolução em zona saturada, com controle estrutural, representada por uma densa rede, com mais de 4,5 Km de desenvolvimento de galerias retilíneas, conformando um padrão labiríntico, cuja formação foi condicionada por conjuntos de fraturas verticais. Com base em dados de nível d´água obtido em poços tubulares ativos, estima-se que o nível hidrostático local encontra-se atualmente entre 50 e 100 m abaixo do intervalo altimétrico em que as cavernas se concentram, situando-se em torno da cota 950 m. As feições do colapso e subsidência presentes na região sul do município de Morro do Chapéu retratam o desenvolvimento e a modelagem de um relevo tipicamente cárstico; um processo geomorfológico condicionado à litologia, à organização estratigráfica e estrutural e à dinâmica climática e hidrológica regional desenvolvido essencialmente em locais dotados de rochas solúveis. Terrenos desta natureza constituem um exemplo onde a geologia é determinante para a gestão territorial, uma vez que a condição dessas dolinas e cavernas acarreta limitações para a realização de obras de infraestrutura na região, como implantação de represas, abertura de poços subterrâneos, construção de estradas, instalação de núcleos urbanos, tudo enfim que gere sobrecarga, alteração hídrica e modificação do perfil da cobertura. Estudos de maior detalhe, em especial ensaios geofísicos voltados à avaliação de riscos geotécnicos em terrenos cársticos, envolvendo gravimetria terrestre, combinada com eletrorresistividade, são indicados para avaliar a situação/extensão, organização e magnitude da carstificação em profundidade nestas regiões. |
Abstract |
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In the domain of limestone rocks present in the south of the municipality of Morro do Chapéu (BA), there is an extensive karst area, associated with the dissolution of a carbonate unit over 50 m thick, called Jacuipe Flints, underlying siltite packages, on the basis of the Caboclo formation. It is a covered karst where dolines, in different evolutionary stages and morphogenetic categories, are the most common features on the surface, usually established in siltstones and associated with caves formed in depth. The frequency, wide geographic distribution and large dimensions of these dolines suggest that the dissolution of carbonates occurred on a regional scale and in a semi-confined aquifer. The Crystal Cave is a good example of a cave resulting from dissolution in a saturated area, with structural control, represented by a dense network, with more than 4.5 km of development of rectilinear galleries, forming a labyrinth pattern, whose formation was conditioned by sets of vertical fractures. Based on water level data obtained in active tubular wells, it is estimated that the local hydrostatic level is currently between 50 and 100 m below the altimetric range in which the caves are concentrated, located around the elevation 950 m. The features of the collapse and subsidence present in the southern region of the municipality of Morro do Chapéu portray the development and modeling of a typically karst relief; a geomorphological process conditioned to the lithology, the stratigraphic and structural organization and the regional climatic and hydrological dynamics developed essentially in places with soluble rocks. Land of this nature is an example where geology is decisive for territorial management, since the condition of these dolines and caves leads to limitations for carrying out infrastructure works in the region, such as the implementation of dams, the opening of underground wells, the construction of roads , installation of urban centers, everything that generates overhead, water alteration and modification of the coverage profile. More detailed studies, in particular geophysical tests aimed at assessing geotechnical risks in karst terrain, involving terrestrial gravimetry, combined with electroresistance, are indicated to assess the situation / extent, organization and magnitude of the carstification in depth in these regions. |
Autores e coautores |
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Antonio Jose Dourado Rocha (Serviço Geológico do Brasil - CPRM) Jose Amaral (Serviço Geológico do Brasil - CPRM) Augusto José Pedreira (Serviço Geológico do Brasil - CPRM) Violeta de Souza Martins (Serviço Geológico do Brasil - CPRM) (Cadastro) |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Mesoproterozoico |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Formação Caboclo |
Outros: | Estromatólitos |
Rocha Predominante: | Laminito algal |
Rocha Subordinada: | Calcarenito |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
A gruta localizada na Fazenda Cristal, de acordo Rocha e Pedreira, 2012, ocorre no contexto da base da Formação Caboclo, integrando a associação de litofácies Laminito Algal/Calcarenito/Estromatólito, descrita originalmente por J. Branner em 1910, com a denominação de Jacuípe Flints. A Gruta do Cristal de acordo com os guias locais apresenta-se com mais de 4,5 Km de desenvolvimento de galerias retilíneas formadas pelos carbonatos cinzas, estratiformes com um salão amplo na entrada principal e sem espeleotemas. Segundo Berbert-Born & Sena Horta (1995), a Gruta do Cristal, cuja topografia parcial aponta 2.330 m de desenvolvimento, tem como principal característica um padrão espacial do tipo labiríntico reticulado e tende a apresentar fósseis por ser predominantemente plana e de fácil acesso a animais ao interior da caverna. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Atuais/Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR2a - Planícies de Maré (mangues) | |
FR7c - Escarpas | |
FR12e - Caverna |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Bibliografia |
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BERBERT-BORN, Mylène Luiza Cunha; SENNA HORTA, Líia Calsavara. Espeleologia. In: ROCHA, Antonio José Dourado; COSTA, Ivanaldo Vieira Gomes. Projeto Mapas Municipais Município de Morro do Chapéu (BA): informações básicas para o planejamento e administração do meio físico. Salvador: CPRM, 1995. p. 158-202. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil – PLGB. BRANNER, J.C. The Tombador escarpment in the State of Bahia, Brazil. Am. J. Sci., Ser. 4, New Haven, 30 (179): 335-43, 1910c PEREIRA, R.G. F. A, Geoparks: Pathways to Internalize Sustainble Development in State of Bahia, Brazil, Revista Geoheritage, 2022. ROCHA, A.J. D & Pedreira, A. J, Proposta Geoparque Morro do Chapéu (BA), Capítulo do livro, Geoparques do Brasil: propostas, Vol.1, CPRM-SGB, 2012 SCHOBBENHAUS, Carlos; CAMPOS, Diogenes de Almeida; QUEIROZ, Emanuel Teixeira de; WINGE, Manfredo; BERBERT-BORN, Mylène Luiza Cunha (Eds.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Brasília: DNPM, 2002b. p. 87-93. SRIVASTAVA, Narendra Kumar; ROCHA, Antonio José Dourado. Fazenda Cristal, BA: estromatólitos mesoproterozoicos. In: SCHOBBENHAUS, Carlos; CAMPOS, Diogenes de Almeida; QUEIROZ, Emanuel Teixeira de; WINGE, Manfredo; BERBERT-BORN, Mylène Luiza Cunha (Eds.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Brasília: DNPM, 2002b. p. 87-93 |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Parque Estadual de Morro do Chapéu (Privado) | UC de Proteção Integral | Parque |
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Proteção Indireta
Relatar: | |
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Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Razoável |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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O parque tem como atrações: Sítios arqueológicos com pinturas rupestres, formações geológicas e a presença de grandes felinos. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A2 - Local-tipo | 20 | O local ou elemento de interesse é reconhecido, na área de trabalho, como local-tipo secundário, sendo a fonte de um parastratótipo, unidade litodêmica ou de um parátipo | 2 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 5 ou mais tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 4 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
Valor Científico | 270 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração de todos os elementos geológicos | 4 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 300 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração de todos os elementos geológicos por atividade antrópica | 1 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse acessível por veículo em estrada não asfaltada | 2 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas | 4 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) nem rede de comunicações móveis e situado a mais de 50 km de serviços de socorro | 1 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 50 km do local de interesse | 3 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse ocasionalmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos | 1 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos comum nas várias regiões do país | 1 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados no ensino superior | 1 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem mais de 5 tipos de elementos da geodiversidade (mineralógicos, paleontológicos, geomorfológicos, etc.) | 4 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Os elementos geológicos que ocorrem no sítio apenas são evidentes e perceptíveis para quem possui graduação em geociências | 1 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Não se aplica. | 0 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Não se aplica. | 0 |
Valor Educativo | 190 | |||
Valor Turístico | 140 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 270 |
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Valor Educativo: | 190 (Relevância Regional/Local) |
Valor Turístico: | 140 (Relevância Regional/Local) |
Risco de Degradação: | 300 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a curto prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Antonio José Dourado Rocha |
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Email: | ajdouradorocha@gmail.com |
Profissão: | Geólogo |
Instituição: | SGB-CPRM - Serviço Geológico do Brasil |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/4479629289318718 |