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Arenitos de Praia de Arraial D'Ajuda
Porto Seguro -
BA , Lat.:
-16.499452591 Long.:
-39.068294525
Última alteração: 23/04/2024 09:06:07
Última alteração: 23/04/2024 09:06:07
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
290
Valor Educativo:
350 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
335 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
320 (Risco Alto)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Arenitos de Praia de Arraial D'Ajuda |
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Título Representativo: | A história do Holoceno contada através de rochas e corais |
Classificação temática principal: | Sedimentologia |
Classificação temática secundária: | Paleoambiental |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 071 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -16.499452591 |
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Longitude: | -39.068294525 |
Datum: | WGS 84 |
Cota: | 0 m |
Estado: | BA |
Município: | Porto Seguro |
Distrito: | Arraial D'Ajuda |
Local: | Praias do Mucugê e Parracho |
Ponto de apoio mais próximo: | Centro do Distrito de Arraial D'Ajuda |
Ponto de referência rodoviária: | Centro do Distrito de Arraial D'Ajuda |
Acesso: | A partir do centro do vilarejo de Arraial D'Ajuda, seguindo pela Rua Mucugê e acessando a praia, os arenitos ocorrem em toda sua extensão, da Ponta do Apaga-Fogo à Ponta da Pitinga. Outros acessos são possíveis a partir da Estrada da Pitinga e da Ponta do Apaga-Fogo Os arenitos são expostos principalmente nas marés baixas de sizígia. O acesso pode ser feito à pé nos seguintes pontos: 1- Na Ponta do Apaga-Fogo, na praia adjacente ao Hotel Quinta do Porto; b- Na Praia dos Pescadores; c- A partir da Praia do Mucugê, em frente ao Hotel Kuara. Outra possibilidade é o acesso com pequenas embarcações ou com mergulhos em águas raras, durante as baixamares de sizígia. |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Ao longo da Costa de Arraial D’Ajuda ocorrem cordões de arenitos de praia (beachrocks), com um rico registro da história do Holoceno costeiro brasileiro e também mundial. São arenitos, conglomerados e raramente calcarenitos com petrogênese em região antepraia, a partir de cimentação por carbonato de cálcio de origem freática marinha. A formação desses arenitos está provavelmente relacionada à “Transgressão Flandriana”, a partir de oito mil anos atrás. Datações obtidas em outras regiões do nordeste do Brasil, em arenitos similares, mostram idades que vão de pouco mais de 6 mil anos, durante a transgressão, até idades próximas aos 2 mil anos. No entanto, os arenitos de Arraial D’Ajuda exibem sobre eles, remanescentes antigos de grandes colônias de corais, que só poderiam existir em condições de nível de mar superior ao atual. Além disso, sobre os arenitos ocorre uma carapaça endurecida (hardground) constituída por fragmentos das espécies de corais que habitaram o substrato enrijecido constituído pelo arenito. O cascalho de fragmentos de corais, no modelo costeiro evolutivo ora aventado, formou-se durante o período de regressão marinha, após o máximo eustático de 5700 anos, em algum momento no qual as colônias de corais foram expostas à uma posição intermarés. Os arenitos atualmente constituem superfícies de abrasão marinha também em posição intermarés. Esse fato impossibilita a formação de grandes colônias, como as vistas atualmente em recifes isolados da costa. Suas posições paralelas à costa, os transformam em zonas recifais recentes. Nas nas cavidades existentes, poças de maré são colonizadas por bento relativamente diverso, representados algas verdes, incluindo algas calcárias do gênero Halimeda, macroalgas carnudas, algas Halophila sp., equinodermos regulares, bivalves, ofiuróides e cracas. Os corais são escassos e em pequeno número, ocorrendo principalmente como pequenas colônias de Siderastrea Stellata. Apesar da baixa diversidade na fauna de Corais, os bancos de arenitos de praia atingem grande importância ecológica e ambiental, pois as espécies presentes, algumas delas endêmicas do sul da Bahia, quebraram diversos paradigmas relacionados às mudanças climáticas e à formação de carbonatos. Neste sentido, elas têm se mostrado altamente tolerantes às variações climáticas, ao branqueamento, insolação e alto influxo de terrígenos na plataforma marinha. Apesar da importância científica e cultural do sítio, a sombra da destruição paira sobre este tesouro natural. O território enfrenta ameaças ambientais crescentes, principalmente decorrentes da expansão urbana, da especulação imobiliária e do turismo predatório de massa. Portanto, é imperativo que se tomem medidas para preservar e proteger este local excepcional, promovendo o turismo sustentável, a pesquisa científica e a educação ambiental. |
Abstract |
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Along the Arraial D’Ajuda Coastline, beachrock formations occur, showcasing a rich record of Brazilian and global coastal Holocene history. These formations consist of sandstones, conglomerates, and occasionally calcarenites, with petrogenesis in the backshore region, resulting from calcium carbonate cementation of marine phreatic origin. The formation of these sandstones is likely linked to the "Flandrian Transgression" from eight thousand years ago. Dating from other regions in northeastern Brazil, within similar sandstones, reveals ages ranging from just over six thousand years during the transgression to nearly two thousand years. However, the Arraial D’Ajuda sandstones exhibit ancient remnants of large coral colonies, indicating sea levels higher than present times. Furthermore, a hardened carapace (hardground) composed of coral species fragments that inhabited the solidified substrate of sandstone overlays the sandstones. The gravel of coral fragments, in the suggested evolutionary coastal model, formed during the marine regression period after the maximum eustatic period of 5700 years, at a time when coral colonies were exposed to an intertidal position. Currently, the sandstones form marine abrasion surfaces also in intertidal positions. This fact hinders the formation of large colonies, as seen in isolated reefs along the coast. Their parallel positions to the coast make them recent reef zones. Within existing cavities, tidal pools are colonized by a relatively diverse benthos, including green algae, including calcareous algae of the Halimeda genus, fleshy macroalgae, Halophila sp. algae, regular echinoderms, bivalves, ophiuroids, and barnacles. Corals are scarce and in small numbers, primarily occurring as small colonies of Siderastrea Stellata. Despite the low coral fauna diversity, beachrock formations hold significant ecological and environmental importance, as the present species, some endemic to southern Bahia, challenge various paradigms related to climate change and carbonate formation. In this sense, they have shown high tolerance to climate variations, bleaching, insolation, and high terrigenous influx on the marine platform. Despite the scientific and cultural significance of the site, the shadow of destruction looms over this natural treasure. The territory faces increasing environmental threats, primarily stemming from urban expansion, real estate speculation, and mass predatory tourism. Therefore, it is imperative to take measures to preserve and protect this exceptional location, promoting sustainable tourism, scientific research, and environmental education. |
Autores e coautores |
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Caio Vinícius Gabrig Turbay Rangel Violeta de Souza Martins Tatiana Pinheiro Dadalto |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Fanerozóico / Cenozóico / Quaternário |
Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | Unidade Litoestratigráfica |
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Nome: | Sem nome |
Outros: | Calcarenito algálico. |
Rocha Predominante: | Arenito |
Rocha Subordinada: | Conglomerado suportado por matriz |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Os afloramentos ocorrem principalmente na região de intermarés. Formam cinturões de rochas paralelas à praia, que se estendem por 8,7 km, da Ponta do Apaga-Fogo, no estuário do Rio Buranhém, até a Ponta da Pitinga. Ao todo são cinco cinturões. O mais distante está à cerca de 1 milha náutica (1850 metros) da praia. Os demais estão próximos à praia atual. Além das características geológicas destacadas neste trabalho, o sítio também apresenta importância ecológica e ambiental. Isso porque os cinturões de arenitos de praia, formam um substrato duro, que abriga comunidades bentônicas importantes. Nas suas pequenas poças de maré ocorrem espécies de corais pétreos resilientes às mudanças climáticas e à turbidez da água, associados a algas verdes, equinodermos e esponjas. |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Atuais/Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Não se aplica. |
Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: | Rúptil |
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Regime Tectônico: | Extensional |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR2f - Praias | |
FR2h - Recifes | |
FR4c - Plataformas de abrasão | |
FR12i - Maciços e paredões lapiezados | |
FR12n - Abrigo sob rocha |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Os arenitos de praia compõem em Arraial D’Ajuda um conjunto de cinturões costeiros que formam estratos com uma espessura média de 40 cm e sets com espessura máxima de até 1,8 metros acima do leito marinho. Os sets de camadas apresentam estruturas sedimentares trativas, típicas da região de antepraia, como estratificação cruzada tabular em baixo ângulo (antepraia superior), estratificação cruzada acanalada e tangencial (antepraia inferior). Levantamentos geofísicos por eletroresistividade, realizados na região do Apaga-Fogo, mostram que essas rochas podem ser soterradas a profundidades de 20 a até 30 metros (Turbay et al. 2024). São rochas de arcabouço grano-suportado, moderadamente a bem selecionadas, raramente mal selecionadas, com grãos angulosos a subarredondados, ocasionalmente arredondados, apresentando esfericidade predominantemente alta. Regiões que apresentam inversão textural são comuns, principalmente nas proximidades da desembocadura do Rio Buranhém, na praia do Apaga-Fogo, onde se observam seixos bem arredondados e de alta esfericidade, misturados com grãos de areia subarredondados a angulosos (Turbay et al. 2024). São quartzo-arenitos, grânulo quartzo-arenitos e conglomerados monomíticos de composição quartzosa, onde se ocorre principalmente quartzo do tipo plutônico e secundariamente quartzo metamórfico cisalhado. Como terrígenos traços observa-se microclina, muscovita, biotita e opacos. O conteúdo bioclástico é variável, representado principalmente por fragmentos de bivalves, gastrópodes, algas vermelhas incrustantes, placas e espinhos de equinodermos, além de foraminíferos bentônicos. Grãos peloidais ocorrem eventualmente (Turbay et al. 2024). Sob o aspecto diagenético, observa-se franja isópaca aragonítica e calcítica drusiforme, com pequenos cristais com hábito "dente de cão", além de cimento calcítico intergranular microcristalino em menor quantidade (Turbay et al. 2024). A gênese dos cimentos nos arenitos de praia associam-se a zonas intermarés, onde ocorre dissolução de conchas e outros grãos de origem carbonática por águas meteóricas e precipitação em ambiente eodiagenético freático marinho (Scholle & Ulmer-Scholle 2003). Outras características diagenéticas observadas incluem a micritização de grãos bioclásticos. A origem de muitos peloides observados no arcabouço pode ser atribuída ao processo de micritização (Turbay et al. 2024). Na superfície dos estratos, nas proximidades da desembocadura do Rio Buranhém, observam-se feições de dissolução do cimento carbonático, constituindo microlapiés. Também são comuns superfícies endurecidas (hardgrounds), constituídas por inúmeros fragmentos de corais (Millepora sp. e Mussismilia harttii), incrustados por algas vermelhas e cimentados por cimento carbonático (Turbay et al. 2024). Os arenitos serviram de substrato para o estabelecimento de comunidades coralíneas antigas. Isso é comprovado através de restos de bases de colônias de Mussismilia braziliensis e Mussismilia harttii preservadas in situ. Alguns restos de colônias podem atingir diâmetro superior a 1 metro (Turbay et al. 2024). Sobre o arenito ocorre uma carapaça endurecida (hardground) constituída por fragmentos das espécies de corais que habitaram o substrato enrijecido. Essa superfície é formada principalmente por um cascalho de corais das espécies Millepora alcicornis e Mussismilia harttii, agregados por algas calcárias vermelhas encrustantes e cimento carbonático. As unidades quaternárias costeiras e os compartimentos do relevo na região, refletem nos seus padrões de sedimentação e nas suas geometrias as variações dos paleoníveis marinhos, principalmente dos últimos 7.200 anos. São representadas por planícies sedimentares costeiras com cordões arenosos praias, lagoas, complexos sedimentares estuarinos, recifes fósseis, terraços de abrasão marinha, os arenitos de praia (beachrocks), além dos tabuleiros e falésias costeiras esculpidos em sedimentos do Grupo Barreiras. O reconhecimento dessas variações eustáticas regionais, foram estabelecidas com base em diferentes indicadores, principalmente depósitos marinhos ou litorâneos distantes da costa, além de incrustações de vermetídeos, recifes fósseis com superfícies de abrasão marinha e indicadores arqueológicos, entre outros (Martin et al. 1996; Martin et al. 2003). A curva idealizada para essas variações, sugere que por volta de 7000 anos o mar ultrapassou o nível eustático recente, alcançando o máximo transgressivo em torno de 5660 anos. Neste momento, o mar estava a cerca de 5 metros acima do nível atual. Logo depois se iniciou a regressão, com dois pulsos de alta frequência, Nestes pulsos o mar esteve abaixo do nível atual, entre 4200 a 3700 e 2600 a 2200 (Martin et al. 2003). Por se formarem em região de antepraia (Cooper, 1991; Martin et al. 2003), os arenitos de praia tornam-se bons indicadores de paleoníveis marinhos. As idades obtidas no nordeste, até o momento, indicam que a petrogênese das rochas situa-se no período da última transgressão marinha, ocorrida entre 7000 e 5700 anos (Mabesoone, 1964), com idades idades mais jovens associadas ao período regressivo, chegando à 2000 anos antes do presente (Caldas et al., 2007). A partir dos elementos descritos previamente na literatura e dos dados geológicos do sítio, foi possível traçar uma possível sequência evolutiva para o quaternário costeiro de Arraial D’Ajuda: 1- Com a elevação eustática ocorrida entre 7000 e 5700 anos atrás, foram construídos os sucessivos cinturões de arenitos de praia paralelos à costa. Neste sentido, à medida que o nível do mar subia, cordões de praias eram construídos, cimentados e posteriormente afogados. O cinturão de arenitos mais próximo da costa seria, neste modelo, o mais jovem. A elevação eustática também favoreceu a erosão remontante e recuo das falésias do Grupo Barreiras, desenvolvimento, superfícies de abrasão marinha em lamitos e wackes com cimento laterítico do Barreiras. 2- No ápice da transgressão, tanto as superfícies de abrasão marinha, quanto os cordões de arenito serviram de substrato rígido para o estabelecimento de comunidades de corais, principalmente com espécies pioneiras de águas mais profundas, como a Mussismilia harttii, além de outras espécies, como Mussismilia braziliensis e Millepora alcicornis. As colônias crescem, agradam e posteriormente, próximo ao nível médio do mar, progradam lateralmente (Laborel, 1970; Kikuchi et al. 1998; Leão et al. 2003). 3- O recuo progressivo do nível do mar, após o ápice de 5700 anos, leva em algum momento, à exposição dos recifes costeiros em região de intermaré, com destruição de colônias coralíneas maiores e à formação de material cascalhoso bioclástico. Posteriormente ocorre a aglutinação desse cascalho por algas encrustantes e pelo cimento carbonático (formação dos hardgrounds). 4- Formação do cordão costeiro recente, com soterramento parcial dos cordões de arenitos, rochas mais antigas e colônias recifais antigas; 5- Estabelecimento das comunidades bentônicas atuais nos bancos recifais costeiros, com permanência de corais resistentes à insolação e alto influxo de terrígenos (Leão et al. 2003; Mies et al. 2020; Zilberberg et al. 2016). Os recifes de arenito, atualmente, formam nas cavidades existentes, piscinas de maré colonizadas por bento relativamente diverso, representados por diversas algas verdes, incluindo algas calcárias do gênero Halimeda, macroalgas carnudas, algas Halophila sp., equinodermos regulares, bivalves, ofiuróides e cracas. Os corais são escassos e em pequeno número, ocorrendo principalmente como pequenas colônias de Siderastrea stellata. Em locais mais profundos, nas porções voltadas para o mar aberto, ocorrem colônias de Favia gravida, Porites astreoides e Agaricia humilis são encontradas (Turbay et al. 2024). Apesar da baixa diversidade na fauna de Corais, os bancos de arenitos de praia atingem grande importância ecológica e ambiental, pois as espécies presentes, algumas delas endêmicas do sul da Bahia, quebraram diversos paradigmas relacionados às mudanças climáticas e à formação de carbonatos. Neste sentido, elas têm se mostrado altamente tolerantes às variações climáticas, ao branqueamento, insolação e alto influxo de terrígenos (Mies et al. 2020). |
Bibliografia |
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CALDAS, L.H.O.; STATTEGGER, K; VITAL, H. Holocene sea-level history: evidence from coastal sediments of the northern Rio Grande do Norte coast, NE Brazil. Marine Geology, v. 228, n. 1-4, p. 39-53, 2006. COOPER, J. A. G. Beachrock formation in low latitudes: implications for coastal evolutionary models. Marine Geology, v. 98, n. 1, p. 145–154, 1991. KIKUCHI, R.; LEÃO, Z.M. The effects of Holocene sea level fluctuation on reef development and coral community structure, Northern Bahia, Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 70, n. 2, p. 159–171, 1998. LABOREL, J. Les peuplements de madréporaires des côtes tropicales du Brésil. [s.l.] Université d’Abidjan, 1970. v. 3 LEÃO, Z.M.; KIKUCHI, R.K.; TESTA, V. Corals and coral reefs of Brazil. Em: Latin American coral reefs. [s.l.] Elsevier, 2003. p. 9–52. MABESOONE, J.M. Origin and age of the sandstone reefs of Pernambuco (Northeastern Brazil). Journal of Sedimentary Research, v. 34, n. 4, p. 715-726, 1964. MARTIN, L. et al. Quaternary sea-level history and variation in dynamics along the central Brazilian coast: consequences on coastal plain construction. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 68, n. 3, p. 303–354, 1996. MARTIN, L.; DOMINGUEZ, J.M.; BITTENCOURT, A.C. Fluctuating Holocene sea levels in eastern and southeastern Brazil: evidence from multiple fossil and geometric indicators. Journal of Coastal Research, p. 101–124, 2003. MIES, M. et al. South Atlantic coral reefs are major global warming refugia and less susceptible to bleaching. Frontiers in Marine Science, v. 7, p. 514, 2020. SCHOLLE, P.A.; ULMER-SCHOLLE, D.S.A color guide to the petrography of carbonate rocks: grains, textures, porosity, diagenesis, AAPG Memoir 77. [s.l.] AAPG, 2003. v. 77 TURBAY, C.V.G., OLIVA, A.; LEMOS, M.E.; DADALTO, T.; QUADROS, J.P.; QUATRINI, G.; LACERDA, C.E.; NEGRÃO, F. Geological insights on the shelf of Royal Charlotte Bank: new perspectives on the geological history of the Brazilian continental shelf. 2024. No prelo. ZILBERBERG, C.; ABRANTES, D.P.; MARQUES, J.A. Conhecendo os recifes brasileiros: rede de pesquisas Coral Vivo. [s.l.] Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2016. |
Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
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Proteção Indireta
APP (Área de Proteção Permanente): | Constantemente modificadas e depredadas por empreendedores, com o aval do poder público municipal. |
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Área Indígena: | Aldeia Velha, Arraial D'Ajuda |
Corredor Ecológico: | Corredor Veracel |
Mosaico de UCs: | Inúmeras RPPNs no entorno |
Populações tradicionais: | Pescadores e indígenas |
Zona de Amortecimento: | PARNA Pau Brasil |
Relatar: | |
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Todas as categorias acima estão próximas, em um raio inferior à 20Km. Algumas a menos de 5Km. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
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Público / Federal |
Area Rural |
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Area Urbana |
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Fragilidade |
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Razoável |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
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Sítio situado na zona marinha, acessível apenas em marés baixas de sizígia. |
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é o melhor exemplo, atualmente conhecido, na área de trabalho, para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 4 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | Existem artigos sobre o local de interesse em revistas científicas nacionais, diretamente relacionados com a categoria temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 5 ou mais tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 4 |
A6 - Raridade | 15 | O local de interesse é a única ocorrência deste tipo na área de estudo (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 4 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | É possível fazer amostragem ou trabalho de campo depois de ultrapassar as limitações existentes | 2 |
A2 - Local-tipo | 20 | Não se aplica. | 0 |
Valor Científico | 290 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
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B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos | 3 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área sem proteção legal nem controle de acesso | 4 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 320 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
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C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração dos principais elementos geológicos por atividade antrópica | 2 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado por estudantes e turistas, mas apenas ocasionalmente | 3 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse com infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.), rede de comunicações móveis e situado a menos de 10 km de serviços de socorro | 4 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse | 4 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas do país, mostrando aspectos geológicos | 4 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no país | 4 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem mais de 5 tipos de elementos da geodiversidade (mineralógicos, paleontológicos, geomorfológicos, etc.) | 4 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 5 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 4 |
Valor Educativo | 350 | |||
Valor Turístico | 335 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
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Valor Científico: | 290 |
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Valor Educativo: | 350 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 335 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 320 (Risco Alto) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a curto prazo |
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Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a curto prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - Monumento Natural |
Justificativa: | Turismo predatório de massa / Extrativismo predatório de polvo e ouriços para restaurantes locais. |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Ponto 1: | Latitude: -16.455677131960805 e Longitude: -39.06034469604493 |
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Ponto 2: | Latitude: -16.437731634154037 e Longitude: -39.05776977539063 |
Ponto 3: | Latitude: -16.437731634154037 e Longitude: -39.05416488647462 |
Ponto 4: | Latitude: -16.506705706630196 e Longitude: -39.05416488647462 |
Ponto 5: | Latitude: -16.522669948360246 e Longitude: -39.05965805053712 |
Ponto 6: | Latitude: -16.522340802054575 e Longitude: -39.07905578613282 |
Ponto 7: | Latitude: -16.51394738177469 e Longitude: -39.07562255859376 |
Ponto 8: | Latitude: -16.513289058881934 e Longitude: -39.07424926757813 |
Ponto 9: | Latitude: -16.50242640745037 e Longitude: -39.07133102416993 |
Ponto 10: | Latitude: -16.491069346746077 e Longitude: -39.06824111938477 |
Ponto 11: | Latitude: -16.48267456914187 e Longitude: -39.06738281250001 |
Ponto 12: | Latitude: -16.472797894256495 e Longitude: -39.062232971191406 |
Ponto 13: | Latitude: -16.461439095747924 e Longitude: -39.06103134155274 |
Justificativas e explicações sobre a delimitação sugerida para o sítio: |
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Responsável
Nome: | Caio Vinícius Gabrig Turbay Rangel |
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Email: | actaterrae@gmail.com |
Profissão: | Geólogo, Professor Pesquisador |
Instituição: | Universidade Federal do Sul da Bahia - UFSB |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/5332804895294756 |