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Três Morrinhos, PR: arenitos silicificados do Deserto Caiuá, testemunho de aplainamento K/Pg
Terra Rica -
PR , Lat.:
-22.782041550 Long.:
-52.651187897
Última alteração: 01/02/2019 15:38:55
Última alteração: 01/02/2019 15:38:55
Status: Em análise
Geossitio de Relevância Nacional
Valor Científico:
220
Valor Educativo:
330 (Relevância Nacional)
Valor Turístico:
285 (Relevância Nacional)
Risco de Degradação:
245 (Risco Médio)
Identificação
Designação
Nome do Sítio: | Três Morrinhos, PR: arenitos silicificados do Deserto Caiuá, testemunho de aplainamento K/Pg |
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Título Representativo: | |
Classificação temática principal: | Geomorfologia |
Classificação temática secundária: | |
Registro SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) com o Nº com o Nº: | 058 |
Sítio pertence a um geoparque ou proposta de geoparque: | Não |
Localização
Latitude: | -22.782041550 |
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Longitude: | -52.651187897 |
Datum: | WGS 84 |
Cota: | 640 m |
Estado: | PR |
Município: | Terra Rica |
Distrito: | |
Local: | Parque Municipal dos Três Morrinhos |
Ponto de apoio mais próximo: | Terra Rica |
Ponto de referência rodoviária: | Terra Rica, PR |
Acesso: | Rodovia PR 180, cerca de 7,7 km (rumo a Guairaçá, PR). |
Imagem de identificação
Resumo
Resumo |
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Três Morrinhos são elevações anômalas, alongadas e solitárias, que se destacam na ampla paisagem de colinas do Noroeste do Paraná. Constituem morros testemunhos sustentados por arenitos silicificados, com topos cerca de 200 metros acima do nível cimeiro regional. No extremo oeste do estado de São Paulo destaca-se o Morro do Diabo, sítio geomorfológico semelhante, geneticamente associado aos Três Morrinhos. Sua origem explica-se pela silicificação localizada de depósitos arenosos do antigo Deserto Caiuá, mediante ascensão de fluidos hidrotermais por sistemas de fissuras regionais, relacionada com magmatismo alcalino neocretáceo. Na evolução regional do relevo a erosão removeu de forma mais intensa os arenitos não silicificados. O topo dos Três Morrinhos deve corresponder, portanto, à cota mínima da superfície de aplainamento Sul-americana, elaborada entre Cretáceo Superior e Paleógeno. |
Abstract |
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Três Morrinhos are anomalous elongated and solitary elevations, standing out in the broad landscape of hills in the northwest of the State of Paraná. They form inselbergs supported by silicified sandstones, whose tops outcrop about 200 meters above the regional summit. The Morro do Diabo, a similar geomorphological site that stands out in the far west of the State of São Paulo, is genetically associated with Três Morrinhos. Its origin is explained by a local silicification of sand deposits of the former Caiuá Desert, resulting from the rise of hydrothermal fluids related to Late Cretaceous alkaline magmatism, ascending across regional fractures. In the evolution of the regional relief, erosion removed more intensely the non-silicified sandstones. The top of Três Morrinhos should correspond therefore to the minimum quotas of the South American Planation Surface, drawn between the Upper Cretaceous and Paleogene. |
Autores e coautores |
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Luiz Alberto Fernandes, Universidade Federal do Paraná/Programa de pós-graduação em Geologia Leonardo José Cordeiro Santos, Universidade Federal do Paraná, Departamento de Geografia Edivando Vitor do Couto, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Campo Mourão Fernanda Caroline Borato Xavier, Universidade Federal do Paraná/Doutoranda do Programa de pós-graduação em Geologia Caroline Maria Martin, Universidade Federal do Paraná/Mestranda do Programa de pós-graduação em Geologia Kimberlym Tábata Pesch Vieira/Universidade Federal do Paraná/Curso de graduação em Geologia Grupo de pesquisa CNPq/UFPR em Geoconservação e Patrimônio Geológico |
Contexto
Geológico
Enquadramento Geológico Geral: |
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Unidade do Tempo Geológico (Eon, Era ou Período): |
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Ambiente Dominante: |
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Tipo de Unidade: | |
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Nome: | |
Outros: | |
Rocha Predominante: | |
Rocha Subordinada: | |
Tipo e dimensões do afloramento, contato, espessura, outras informações descritivas do sítio. : |
Paleontológico
Local de ocorrência |
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Ramos da Paleontologia: |
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Taxons conhecidos: |
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Caracterização Geológica
Rochas Sedimentares
Ambientes Sedimentares: |
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Ambientes: | Antigos |
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Tipos de Ambientes: |
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Descontinuidades Estratigráficas: |
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Não se aplica. |
Rochas Ígneas
Categoria: | Não se aplica - Não se aplica |
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Aspectos Texturais: |
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Estruturas: |
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Rochas Metamórficas
Metamorfismo: |
Facie Metamorfismo: |
Texturas: |
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Estruturas: |
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Deformação das Rochas
Tipo de Deformação: |
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Regime Tectônico: |
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Estruturas Lineares: |
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Estruturas Planas: |
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Feições de Relevo
FR6a - Superfícies de aplainamento | |
FR6b - Inselbergs | |
FR7c - Escarpas | |
FR10c - Mesas, mesetas e morros-testemunho | |
FR10d - Cornija | |
FR11b - Morro |
Ilustração
Interesse
Dados
Pelo Conteúdo |
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Interesse associado |
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Pela sua possível utilização |
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Observações
Observações Gerais |
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Na parte sul da Bacia Bauru há várias ocorrências de arenitos silicificados no prolongamento do compartimento setentrional do Arco de Ponta Grossa (Fernandes et al. 1993). As de maior destaque, responsáveis pela sustentação de elevações com até 200 metros acima do nível cimeiro regional, alinham-se segundo a direção nordeste (Fig. 1, A, B, C e 2), a mesma de importantes lineamentos regionais onde se encaixam longos trechos do rio Paraná. Tal direção possivelmente relaciona-se com estruturas tectônicas regionais como a Zona de Falhamento Loanda-Presidente Epitácio, descrita por Marques et al. (1993). Interessante destacar-se que a maior quantidade de ocorrências de locais com silicificação situa-se na zona de cruzamento dos alinhamentos NE com as estruturas de direção NW relacionadas com o Arco de Ponta Grossa. As elevações mais notáveis são o conjunto conhecido como Três Morrinhos, situado no noroeste do Paraná, e o Morro do Diabo, no extremo oeste de São Paulo. Ambos constituem possível relevo residual relacionado à superfície de aplainamento Sul-americana (King 1956), desenvolvida entre o Cretáceo e o Paleógeno. São elevações regionais anômalas, sustentadas por arenitos silicificados. Preservam também, como morros-testemunho, importante registro da supersequência sedimentar neocretácea que preencheu a Bacia Bauru. Ao longo dos cerca de 200 metros de desnível, onde a rocha é exposta nas suas encostas, observam-se texturas e estruturas sedimentares eólicas de dunas do antigo Deserto Caiuá. O geossítio Três Morrinhos situa-se no Planalto de Paranavaí (Santos et al. 2006a, b; Fernandes et al. 2013), que apresenta relevo regional de baixa dissecação, topos aplainados, declividade média de 6%, vertentes extensas com predomínio de latossolos nos topos e com mais de 10 metros de profundidade e argissolos no terço médio. Na região, fora da área dos morros os arenitos são pouco expostos, devido à baixa cimentação original. Em geral, estão sob coberturas elúvio-coluviais/mantos de alteração de dezenas de metros de espessura. Os Três Morrinhos constituem, portanto, das poucas possibilidades para observação e estudo de tais características litológicas e estratigráficas, além de constituírem relevo residual de aplainamento cretáceo. Além da beleza paisagística natural e sua importância como testemunho de processos geomorfológicos e geológicos que o originaram, os morros oferecem ótimas condições para a prática do voo livre de asa delta e paraglaider (Fig. D). Conservam árvores centenárias, várias espécies de animais, pássaros e plantas, alguns extintos na região. O local foi transformado no Parque Municipal Três Morrinhos no ano de 2003 e recebeu um portal de entrada, com Centro de Educação Ambiental, em 2008. A deposição dos arenitos Há cerca de 120 milhões de anos teve início a ruptura do megacontinente Gondwana. As placas Sul-americana e Africana passaram a separar-se, em deriva continental que perdura até hoje. Na parte centro-sul da placa Sul-americana formou-se a Bacia Bauru, onde teve início, ao redor de 90 Ma, acumulação de sedimentos, principalmente areias (Fig. 3 e 4). A área subsidente formou-se por acomodação isostática regional devido ao peso da pilha de derrames acumulados no Cretáceo Inferior, a cerca de 133 Ma, que constituem o principal substrato da bacia (Fernandes & Magalhães-Ribeiro 2015). Menagazzo et al. (2016) consideraram o preenchimento da bacia uma sequência estratigráfica de primeira ordem, como resposta a carga supracrustal e subsidência flexural resultantes do início da orogenia andina, sendo as bacias Bauru, e provavelmente, Solimões e Parecis (Batezelli et al. 2015) províncias back-bulge de um sistema de retroarco de ante-pais desenvolvido no oeste da América do Sul. Em termos litoestratigráficos, a supersequência Bauru (Milani et al. 2007) é subdividida em dois grupos cronocorrelatos, Caiuá e Bauru (Fig. 5). Durante a sedimentação, ocorrida no Cretáceo Superior, predominaram condições de clima semiárido quente na bacia. Na sua atual porção meridional, área dos morrinhos, formou-se o Deserto Caiuá, com grandes complexos de dunas (draas) que migravam rumo a sudoeste/oeste (Fig. 6) e amplas planícies de lençóis de areia marginais. No mesmo período, nas regiões mais externas da bacia, aonde havia condições climáticas com maior disponibilidade de água, viveram dinossauros, crocodilos, tartarugas, peixes e invertebrados. Hoje encontramos diversificado registro fossilífero mais para leste na bacia: centro de São Paulo e Minas Gerais, no Triângulo Mineiro. No grande deserto Caiuá apenas alguns animais menores conseguiam sobreviver, principalmente pequenos répteis e os primeiros mamíferos. Que algumas vezes deixavam suas pegadas em areias, nas frentes de dunas (Fernandes et al. 2009). Pode-se observar, em local relativamente próximo dos Três Morrinhos, na Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, algumas destas raras pegadas (Fig. D), pois as areias do deserto não eram favoráveis à preservação. Os arenitos Caiuá Os arenitos que hoje sustentam os Três Morrinhos pertencem à Formação Rio Paraná, do Grupo Caiuá (Fig.7). Apresentam granulação areia muito fina a média, são bem selecionados, com predomínio de grãos de quartzo monocristalino, elevado grau de arredondamento e esfericidade. Estas características texturais podem ser observadas devido ao prévio revestimento peculiar dos grãos por película de óxidos/hidróxidos de ferro, que assinala o contorno detrítico original, anterior à silicificação (Fig. 8a, b). O crescimento secundário de sílica reveste e preenche poros, modificando a constituição e, sobretudo, a resistência da rocha. Regionalmente, quando não silicificados, são constituídos por quartzoarenitos marrom avermelhados a arroxeados, finos a muito finos (às vezes médios a grossos), supermaturos quanto à composição mineral e de boa maturidade textural. Exibem típica estratificação cruzada de médio a grande porte, com sets de até 10 metros de altura, limitados por superfícies de truncamento de 2ª ordem de baixa inclinação, algumas vezes com estratos submétricos de lamitos arenosos maciços intercalados. Os arenitos são bem selecionados por lâmina ou estrato, com pouca matriz siltoargilosa (Fig 9a, b). Os grãos exibem superfície fosca encoberta por película ferruginosa (Fig. 9d a 9g). A Formação Rio Paraná corresponde a depósitos de construções eólicas de grande porte (draas), complexos de dunas de cristas sinuosas, amalgamadas, de região central de sand sea. A região formada pelo Pontal do Paranapanema e extremo noroeste do Paraná, onde ocorrem estratificações cruzadas de maior porte foi, provavelmente, a área central do antigo Deserto Caiuá (Fernandes & Coimbra 2000b). Figura 8. a. quartzoarenito silicificado, exibindo contornos detriticos originais, de grãos arredondados, demarcados por película de óxidos/hidróxidos de ferro (o), com crescimento sintaxial de quartzo/sílica (s). Notar que o grão da esquerda tem várias inclusões de minerais aciculares, o que facilita a identificação da forma original. Fotomicrografia de seção delgada, polarizadores descruzados; b. detalhe do revestimento por crescimento secundário de sílica, com notável desenvolvimento de faces planas de cristalização do quartzo (o poro aparece em azul escuro). Fotomicrografia de seção delgada, com polarizadores cruzados. Ambas da Fm. Rio Paraná, Três Morrinhos, Terra Rica. Figura 9: a. Estratificação cruzada, laminação e cores características dos arenitos da Fm. Rio Paraná, quando não silicificados; de testemunhos de sondagem da UHE Porto Primavera (SP); b. aspecto comum dos arenitos dos Três Morrinhos, exibindo grãos arredondados bem selecionados, com intensa cimentação por sílica, fotomicrografia com polarizadores descruzados; c. grãos arredondados de quartzo, com poros parcialmente preenchidos por cimento de sílica, imagem de MEV (elétrons secundários); d. aspecto de mosaico (faces mais retilíneas) dado pela silicificação intensa, que oblitera os poros originais dos quartzoarenitos dos Três Morrinhos, fotomicrografia com polarizadores descruzados; e. mesma cena de d, com polarizadores cruzados, (s) é crescimento secundário (ou sintaxial) de sílica, (o) é película de óxidos/hidróxidos de Fe e Mn, pré-cimentação por sílica, (q) grão de quartzo; f. detalhe de quartzoarenito com grãos arredondados de quartzo (q), revestido por película de de óxidos/hidróxidos de Fe e Mn (o) e posteriormente por sílica secundária, em duas fases (s), fotomicrografia com polarizadores descruzados; g. mesma cena de f, com polarizadores cruzados. Contexto regional da silicificação Boa parte dos limites atuais da Bacia Bauru coincide com altos tectônicos regionais, onde estão situados diversos centros do magmatismo alcalino neocretáceo. Segundo Almeida & Melo (1981), as manifestações alcalinas mesozoico-cenozoicas do centro e sul do Brasil ocorreram em duas fases distintas. A primeira, no Jurássico Superior-Cretáceo Inferior (Neocomiano), contemporânea ao vulcanismo Serra Geral, ou seja, pré-sedimentação na Bacia Bauru. A segunda, do intervalo Aptiano-Eoceno, apresentou dois períodos de maior intensidade de eventos intrusivos: 87-80 Ma e 70-60 Ma, durante a deposição da sequência neocretácea. Seu registro é caracterizado por corpos intrusivos que pontuam as molduras da bacia, mais frequentes nas bordas setentrionais. Naqueles dois períodos fluidos hidrotermais relacionados a magmatismo alcalino penecontemporâneo à sedimentação, percolaram e cimentaram localmente os depósitos de areias do deserto, pouco antes do final da sedimentação na Bacia Bauru (Fernandes et al. 1993, 2002). As características e a distribuição peculiar das ocorrências de rochas silicificadas, em faixas estreitas verticalizadas, associadas com estruturas tectônicas regionais, assim como a presença de palygorskita em basaltos sotopostos e carbonato-fluorapatita em arenitos do Grupo Caiuá, sustentam tal origem, segundo os autores. Os limites da bacia coincidem também com importantes estruturas tectônicas de direção NW e NE, muitas delas associadas a antigas zonas de falhas, pré-cambrianas a eopaleozóicas. Tais estruturas, marginais e transversais à bacia, determinaram a distribuição geográfica das manifestações do plutonismo alcalino. Três direções estruturais regionais importantes associadas a zonas de falhamento são reconhecidas nas unidades mais antigas que constituem o substrato da bacia: NW, NE e E-W. Vários autores se referiram à tectônica de caráter transcorrente regional, com possível atuação até o Cenozoico (e.g. Marques et al. 1987, Serra Jr. et al. 1986, Coimbra 1991). Por sua provável atuação até tempos mais recentes, as estruturas nordeste desempenharam importante controle na instalação da rede de drenagem, como se verifica, por exemplo, em longos trechos retilíneos do rio Paraná. O segmento de Guaíra foi denominado por Maack (1968) de fenda tectônica de Sete Quedas. No alto dos Três Morrinhos observa-se faixa subvertical de direção NNE, com 0,7 m de espessura, aspecto brechóide, silicificada como o arenito adjacente, feição sugestiva da associação entre atividade tectônica e silicificação. O mineral palygorskita foi identificado em rochas designadas basaltos pouco densos (Marques et al. 1987), da área de implantação da U.H.E. Porto Primavera. Ricos em esmectita e palygorskita (70-95% da rocha), formavam bolsões localizados, nos basaltos subjacentes aos arenitos da Fm. Rio Paraná. Coimbra (1991) atribuiu-lhes origem hidrotermal. Atividades hidrotermais naquela área são também sugeridas pela ocorrência de carbonato-fluorapatita (Fernandes et al. 2002), verificada em duas amostras de subsuperfície, da porção basal dos arenitos Caiuá (Formação Rio Paraná). Fernandes et al. (2007) descreveram estruturas atribuídas a eventos sísmicos penecontemporâneos à deposição do Grupo Caiuá, no Pontal do Paranapanema. Eventualmente, tal sismicidade, bem como hidrotermalismo, provavelmente sincrônico ao magmatismo alcalino neocretáceo, estariam relacionados ao mesmo contexto tectônico. Como atividade final, o processo de silicificação ocorreu no coroamento da sedimentação, associado à inversão na evolução da Bacia Bauru. Os arenitos silicificados Em exposições de superfície, em lajes ou paredões nas encostas dos morros, a rocha apresenta aspecto em geral maciço, de cor marrom alaranjado a rosado (Fig. 10). Às vezes ainda exibe estratificação cruzada original mal definida, mascarada pela silicificação generalizada. Em escala microscópica, a silicificação apresenta-se como revestimento parcial (Fig. 9c) ou total dos poros intergranulares, com texturas de: a) crescimento secundário ou sintaxial (Fig. 9d a 9g, 8a e 8b), b) em paliçada (franja de acículas), c) poligonal em mosaico ou, mais raramente, d) microcristalina. São comuns casos em que o arcabouço foi imobilizado quando o arranjo dos grãos ainda era pouco compactado, ou seja, antes do soterramento dos sedimentos (Fig. 9b a 9g). Outras vezes, os sedimentos já apresentavam algum empacotamento por compactação mecânica, indicado pela não deposição de sílica nas áreas de contato entre grãos (Fig. 10a e b). O preenchimento dos poros é parcial a total, com frequente evolução de formas euhedrais (megaquartzo) tendendo a bipiramidais (pseudoquartzo-beta), em continuidade óptica com o núcleo clástico. A percolação dos fluidos silicosos provavelmente removeu parte dos óxidos/hidróxidos de ferro que envolve os grãos detríticos, causando característico o empalidecimento da cor típica da rocha - marrom avermelhada a arroxeada quando não silicificada - que passa a cores rosadas a bege claro. Evolução geomorfológica De acordo com Bigarella et al. (1965) durante o processo de denudação da paisagem e formação das paleossuperficies o clima global se comportou de forma cíclica, com períodos úmidos durante a evolução regional desenvolveram-se mantos de alteração geoquímica, aprofundamento dos regolitos e formação de solos superficiais. A área seria então capeada por extensa cobertura florestal, que teria protegido os solos dos agentes de transporte da erosão, as vertentes teriam formas côncavas/convexas e alongadas. A carga de transporte dos rios teria sido diminuta e o sistema de drenagem regional tenderia então a entalhar o talvegue formando vales profundos. Mudança de clima úmido para seco, ocorrida posteriormente, teria alterado tal paisagem, principalmente pelo desaparecimento das florestas. As vertentes, então desprotegidas, com extensos mantos de cobertura pedogenética, foram expostas a processos erosivos. Chuvas torrenciais as solaparam e promoveram erosão dos solos em movimentos de massa contínuos, que assorearam parcialmente os canais fluviais. A consequente elevação do nível de base local aumentou erosões a montante. Bigarella et al. (1965) afirmaram que tais processos foram cíclicos, alternando climas úmidos, secos quentes (áridos a semiáridos), secos frios (glaciações) e úmidos (tropicais e subtropicais). Estudos da evolução geomorfológica da planície do alto rio Paraná nas proximidades dos Três Morrinhos (Kramer & Stevaux 2001) apontaram ocorrência de cascalheiras basais em contatos erosivos com arenitos da área, interpretado pelos autores como decorrentes de climas secos com características semiáridas no Pleistoceno tardio. Os arenitos silicificados, mais resistentes à desagregação, restaram sustentando morros solitários na paisagem, os morros relictuais (Fig. 11). Hoje o topo dos Três Morrinhos, paleossuperfície de idade cretácea, registra espessura mínima das acumulações eólicas do interior da bacia. Em São Paulo, não muito distante, existem Morro do Diabo (cota de topo 603 metros, base 400 metros), formados do mesmo modo. A silicificação localizada dos depósitos arenosos eólicos, acumulados no antigo deserto Caiuá, é supostamente relacionada com atividades de hidrotermalismo alcalino ocorrida entre 80 e 60 Ma. Como a superfície Sul-americana desenvolveu-se entre 90 e 20 Ma, considera-se os topos dos Três Morrinhos e do Morro do Diabo constituem cotas mínimas daquela superfície, preservados devido a sua resistência anômala à erosão regional entre Cretáceo Superior e Paleógeno, período de estabelecimento da superfície. No contexto suposto para o estágio D da Fig. 11, de fase climática úmida, temos a forma noroeste alongada bem definida, determinada por direções fissurais tectônicas, todavia com altitudes bem mais elevadas que a topografia regional, entre 380 e 420 metros, enquanto que nos topos dessas elevações temos altitudes acima de 620 metros (Fig. 12). Nos modelos gerados a partir do método de Seppômen não é possível associar a evolução da superfície com contexto climático ou fase evolutiva específica, porém é possível simular a tendência de evolução do relevo no Quaternário, período em que a paisagem foi intensamente rebaixada. E que as elevações residuais são, portanto, registros as altitudes pretéritas da área. Pode-se estimar no mínimo cerca de 200 metros de denudação, desconsiderando-se possíveis elevações maiores que os topos atuais do relevo (Fig. 11). As superfícies desse extenso contexto denudacional do Grupo Caiuá no Paraná foram identificadas e mapeadas por Bigarella e Mazuchowski (1985), com sugestão de idades: superfície de cimeira Pd3 como supostamente do Oligoceno; o pediplano Pd2 inferida como do Plioceno inferior; o pediplano Pd1 supostamente do Plioceno superior/Pleistoceno inferior e os pedimentos Pd0 ou P2, de idades holocênicas. O Pd3 corresponde às maiores altitudes na serra de transição do Segundo com o Terceiro Planalto paranaenses. Corresponde a planaltos residuais no reverso da escarpa Serra Geral, elevações que chegam aos topos acima dos 1.200 metros. Seriam os registros mais antigos das superfícies do Terceiro Planalto Paranaense e borda limitante da deposição Grupo de Caiuá. O pediplano Pd2 que estaria situado em níveis topográficos abaixo do Pd3, ocorre nos principais interflúvios dos rios Ivaí e Tibagi, estaria em quase totalidade alterado por espesso manto pedogenético com espessuras superiores a 30 metros, representado pelos férteis Latossolos e Nitossolos da região norte pioneiro do Paraná, no eixo Londrina–Apucarana. As elevações desse modelado seriam correlatos às fazes denudacionais C e D da figura 11. A gênese das superfícies Pd2 nas bordas de transição interplanálticas, seriam decorrentes da exumação circodenudacional do espesso pacote sedimentar sotoposto ao basalto das bordas do reverso do Serra Geral, rebaixando toda a superfície e levando as bordas dos depósitos desérticos. Essas áreas hoje são as zonas de transição litológica, como os trechos Campo Mourão–Mamborê, Maringá–Nova Esperança. O pediplano Pd1 corresponde às áreas ainda mais rebaixadas, suas superfícies exumadas e rebaixadas pelas principais drenagens alimentadoras dos rios Ivaí, Paranapanema e Piquiri. As maiores elevações estariam nas proximidades de Umuarama, sustentadas nos topos por carapaças ferruginosas de maior resistência a erosão com altitudes médias em torno de 400 metros, correspondem a áreas adjacentes menos elevadas e planas onde se destacam as elevações residuais testemunhantes das paleoelevações do Pd2, os Três Morrinhos e o Morro do Diabo (Fig. 12), que emergem acima dos 600 metros como verdadeiros inselbergs e registram a erosão que exumou a paisagem regional pretérita. Finalmente, Pd0 ou P2 corresponde aos níveis mais baixos de acumulação coluvioaluvionar, formação de compartimentos de planícies e terraços dos rios Ivaí, Paranapanema e Piquiri. No que se refere à pedogênese atual, a sequência evolutiva descrita anteriormente propiciou o desenvolvimento e predomínio dos latossolos na região do Noroeste do Paraná. Caracterizam-se como solos minerais, não hidromórficos, com horizonte diagnóstico B latossólico (Bw) de coloração vermelha, geralmente profundos e homogêneos. Morfologicamente podem apresentar estrutura maciça ou em blocos subangulares fracos que se desfazem em granular de grau forte, no caso de apresentarem textura argilosa (microagregados). Encontram-se normalmente associados a áreas de relevo constituído por colinas amplas e em topos aplainados de colinas médias. Nessas condições de relevo sua formação favorece processos de lixiviação acentuados que propiciam o aprofundamento do perfil por sistema de drenagem interna vertical dominante e o enriquecimento relativo em sexquióxidos de ferro e/ou alumínio, argila caulinítica e grãos de quartzo tanto na fração silte como na fração argila (residual). Esses solos tornam-se menos expressivos da base ao topo dos Três Morrinhos, sendo progressivamente substituídos por solos rasos (Neossolos Litólicos e Neossolos Rigólicos) e em alguns locais associados a declividades acentuadas por afloramentos rochosos, corroborando com a ideia de maior resistência do arenito silicificado. Nessas condições de afloramentos rochosos e solos rasos, em que existe pouca retenção de umidade, se desenvolvem formações típicas de savana com presença de cactáceas, em situação distinta com as formações no qual se inserem atualmente, ou seja, os Três Morrinhos constituem ilhas de vegetação diversa do que predomina no Noroeste do Paraná. Os Três Morrinhos, junto com o Morro do Diabo, portanto, testemunham a história erosiva e tectônica do nosso continente, registra fases distintas das alternâncias climáticas do continente Sul-americano, são elevações que marcam o contexto evolutivo da paisagem regional intracontinental deposicional do Cretáceo até o presente. |
Bibliografia |
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Imagens Representativas e Dados Gráficos
Conservação
Unidade de Conservação
Nome da UC | Tipo da UC | Unidade de Conservação | Situação da Uc |
---|---|---|---|
Proteção Indireta
Relatar: | |
---|---|
Apesar de haver um edifício (portaria) na entrada do Parque Municipal, não ha pessoal permanente (funcionários), nem fechamento do acesso ao topo do morro. |
Uso e Ocupação
Propriedade do Terreno | ||||
---|---|---|---|---|
Público / |
Area Rural |
---|
|
Area Urbana |
---|
|
Fragilidade |
---|
Razoável |
Dificuldade de Acesso e aproveitamento do solo: |
---|
Quantificação
Valor Científico (indicativo do valor do conteúdo geocientífico do sítio ou do elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
---|---|---|---|
A1 - Representatividade | 30 | O local ou elemento de interesse é um bom exemplo para ilustrar elementos ou processos, relacionados com a área temática em questão (quando aplicável) | 2 |
A3 - Reconhecimento científico | 5 | É um sítio já aprovado pela SIGEP e/ou existem artigos sobre o local de interesse em livro, em revistas científicas internacionais... | 4 |
A4 - Integridade | 15 | Os principais elementos geológicos (relacionados com a categoria temática em questão, quando aplicável) estão muito bem preservados | 4 |
A5 - Diversidade geológica | 5 | Local de interesse com 3 ou 4 tipos diferentes de aspectos geológicos com relevância científica | 2 |
A6 - Raridade | 15 | Existem, na área de estudo, 2-3 exemplos de locais semelhantes (representando a categoria temática em questão, quando aplicável) | 2 |
A7 - Limitações ao uso | 10 | Não existem limitações (necessidade de autorização, barreiras físicas, etc.) para realizar amostragem ou trabalho de campo | 4 |
A2 - Local-tipo | 20 | Não se aplica. | 0 |
Valor Científico | 220 |
Risco de Degradação (dos valores geológicos retratados no sítio ou no elemento geológico)
Ítem | Peso | Resposta | Valor |
---|---|---|---|
B1 - Deterioração de elementos geológicos | 35 | Possibilidade de deterioração dos elementos geológicos secundários | 2 |
B2 - Proximidade a áreas/atividades com potencial para causar degradação | 20 | Local de interesse situado a menos de 100 m de área/atividade com potencial para causar degradação | 4 |
B3 - Proteção legal | 20 | Local de interesse situado numa área com proteção legal, mas sem controle de acesso | 2 |
B4 - Acessibilidade | 15 | Local de interesse localizado a menos de 500 m de uma estrada asfaltada | 3 |
B5 - Densidade populacional | 10 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
Risco de Degradação | 245 |
Potencial Valor Educativo e Turístico (indicativo de interesse educativo e turístico associado ao valor científico do sítio, sujeito à análise complementar dos setores competentes)
Ítem | P.E | P.T | Resposta | Valor |
---|---|---|---|---|
C1 - Vulnerabilidade | 10 | 10 | Possibilidade de deterioração de elementos geológicos secundários por atividade antrópica | 3 |
C2 - Acesso rodoviário | 10 | 10 | Local de interesse localizado a menos de 100 m de uma estrada asfaltada com local para estacionamento de veículos | 4 |
C3 - Caracterização do acesso ao sítio | 5 | 5 | O local de interesse é acessado sem limitações por estudantes e turistas | 4 |
C4 - Segurança | 10 | 10 | Local de interesse sem infraestrutura de segurança (vedações, escadas, corrimões, etc.) mas com rede de comunicações móveis e situado a menos de 50 km de serviços de socorro | 2 |
C5 - Logística | 5 | 5 | Existem restaurantes e alojamentos para grupos de 50 pessoas a menos de 15 km do local de interesse | 4 |
C6 - Densidade populacional | 5 | 5 | Local de interesse localizado num município com menos de 100 habitantes por km2 | 1 |
C7 - Associação com outros valores | 5 | 5 | Existem diversos valores ecológicos e culturais a menos de 10 km do local de interesse | 4 |
C8 - Beleza cênica | 5 | 15 | Local de interesse habitualmente usado em campanhas turísticas locais, mostrando aspectos geológicos | 2 |
C9 - Singularidade | 5 | 10 | Ocorrência de aspectos únicos e raros no estado | 3 |
C10 - Condições de observação | 10 | 5 | A observação de todos os elementos geológicos é feita em boas condições | 4 |
C11 - Potencial didático | 20 | 0 | Ocorrência de elementos geológicos que são ensinados em todos os níveis de ensino | 4 |
C12 - Diversidade geológica | 10 | 0 | Ocorrem 3 ou 4 tipos de elementos da geodiversidade | 3 |
C13 - Potencial para divulgação | 0 | 10 | Ocorrência de elementos geológicos que são evidentes e perceptíveis para todos os tipos de público | 4 |
C14 - Nível econômico | 0 | 5 | Local de interesse localizado num município com IDH inferior ao se verifica no estado | 1 |
C15 - Proximidade a zonas recreativas | 0 | 5 | Local de interesse localizado a menos de 20 km de uma zona recreativa ou com atrações turísticas | 1 |
Valor Educativo | 330 | |||
Valor Turístico | 285 |
Classificação do sítio
Relevância: | Geossítio de relevância Nacional |
---|
Valor Científico: | 220 |
---|---|
Valor Educativo: | 330 (Relevância Nacional) |
Valor Turístico: | 285 (Relevância Nacional) |
Risco de Degradação: | 245 (Risco Médio) |
Recomendação
Urgência à Proteção global: | Necessário a médio prazo |
---|---|
Urgência à Proteção devido a atividades didáticas: | Necessário a curto prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades turísticas: | Necessário a médio prazo |
Urgência à Proteção devido a atividades científicas: | Necessário a médio prazo |
Unidade de Conservação Recomendado: | UC de Proteção Integral - |
Justificativa: | Atualmente o topo de um dos morros abriga antenas de telecomunicações, aonde se chega de veículo motorizado. O local foi transformado no Parque Municipal Três Morrinhos (2003), administrado pela Prefeitura Municipal de Terra Rica. Conta com um portal de entrada, com edificação denominada Centro de Educação Ambiental desde 2008, embora sem funcionamento e presença regular de pessoal. Coordenadas dos vértices da Poligonal Vértice Latitude Sul Longitude Oeste 1 GRAUS, MIN., SEG. (dms UTM (m) E GRAUS, MIN., SEG. (dms) UTM (m) S 2 22° 47' 55.0357" 331236.21 52° 38' 38.9160" 7477840.98 3 22° 46' 52.9055" 329758.69 52° 39' 30.2083" 7479735.78 4 22° 46' 37.9629" 330073.96 52° 39' 19.1408" 7480183.41 5 22° 46' 38.6486" 331017.62 52° 38' 45.9347” 7480172.88 6 22° 47' 42.5464" 332669.12 52° 37' 48.7534” 7478231.88 Área de Proteção proposta por: Luiz Alberto Fernandes, Edivando Vitor do Couto e Leonardo J. C. Santos em 4/11/2012 |
Coordenadas do polígono de proteção existente ou sugerido
Responsável
Nome: | Luiz Alberto Fernandes |
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Email: | lufernandes@ufpr.br |
Profissão: | Geólogo, Professor Sênior |
Instituição: | Universidade Federal do Paraná - UFPR |
Currículo Lattes: | http://lattes.cnpq.br/4959270301217109 |