Apoio a Municípios na Região Norte do Brasil
Na Região Norte do Brasil, especificamente na área de influência da Bacia do Rio Amazonas, têm sido registradas inúmeras ocorrências erosivas e de movimentos de massa de características próprias, em consequência dos aspectos fisiográficos bastante diferenciados se comparados aos do restante do país.
Tais aspectos incluem intensa dinâmica fluvial, exuberante vegetação, clima equatorial, regime pluviométrico e características geológicas do terreno. Apesar de muitas dessas ocorrências serem meramente fenômenos naturais que passam a assumir maior importância na medida em que afetam a própria comunidade ali instalada, é certo também que a influência que essa população exerce no meio acelera e desencadeia processos que antes eram menos instáveis.
Visando a dar apoio a essas ocorrências, a Superintendência de Manaus do Serviço Geológico do Brasil - CPRM tem atuado junto aos municípios no sentido de avaliar a situação de risco para a população provocada por escorregamentos e desabamentos ocorrentes, identificando as causas do fenômeno e propondo soluções, como no caso da visita técnica ao município de São Paulo de Olivença (AM).
Alguns solapamentos na margem direita do Rio Solimões, a aproximadamente 2km a montante do município de São Paulo de Olivença, foram caracterizados como fenômeno de "terras caídas", bastante comum na região. O fenômeno está relacionado à erosão causada pela dinâmica fluvial, onde o fluxo de água escava a base do talude, localizado na margem côncava do rio, desestabilizando e causando ruptura e queda do material.
Em março de 2007, um fenômeno de "terras caídas" de grandes proporções ocorreu na Enseada da Saracura, margem direita do Rio Amazonas, na área da comunidade Costa da Águia, que dista 35km a noroeste da cidade de Parintins (AM), provocando na superfície do rio ondas de aproximadamente 6m de altura, atingindo 130 pessoas e levando à morte um agricultor. Foram ainda danificadas 32 residências próximas à margem do rio, com perda de aproximadamente 20 hectares de malva e destruição de duas residências, três embarcações e todo o cultivo de agricultura de subsistência familiar.
Toda a área afetada foi vistoriada pela equipe de geólogos da CPRM, atendendo à solicitação da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil – Cedec e do Corpo de Bombeiros do Estado do Amazonas. As conclusões e recomendações estão no Relatório de Vistoria do Evento Saracura/Costa da Águia.