Estudo alerta para risco geológico em áreas atingidas pelas chuvas em Cruzeiro do Sul (RS)

Terça-feira, 04 de junho de 2024

Estudo alerta para risco geológico em áreas atingidas pelas chuvas em Cruzeiro do Sul (RS)

Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou os resultados da avaliação geotécnica realizada no município

Foto:SGB/Divulgação
Porto Alegre (RS) – Em continuidade às ações para apoiar os municípios gaúchos afetados pelas enchentes, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulga os resultados da Avaliação Técnica Pós-Desastres de Cruzeiro do Sul (RS). As análises foram realizadas in loco, no dia 27 de maio, em áreas habitadas que sofreram inundações e movimentos de massa do tipo rastejo – evidenciados pelo surgimento de trincas, rachaduras e degraus de abatimento, ou seja, depressão do solo.

No relatório, o SGB analisa que o evento extremo potencializou os processos geológicos já existentes e alerta que há risco geológico remanescente de movimentos gravitacionais de massa, do tipo rastejo, nas áreas avaliadas. “Esta movimentação lenta do solo (materializada por trincas, rachaduras e degraus de abatimento) acaba provocando sérios danos estruturais nas edificações e vias públicas. O potencial de evolução deste processo lento para um processo abrupto deve ser considerado, após precipitações intensas”, indica o documento.

Para prevenir ou reduzir os impactos de chuvas intensas, o SGB recomenda a atualização do mapeamento de áreas de risco em Cruzeiro do Sul e o monitoramento constante dos indícios de movimentação da encosta no Morro de Cruzeiro e na Rua Padre Afonso Weiler, na Vila Célia. Além disso, sugere atividades de educação sobre percepção de risco geológico e hidrológico para as comunidades afetadas e o fortalecimento da defesa civil municipal.

O pesquisador Douglas Cabral, coordenador-executivo do Departamento de Gestão Territorial, explica que a população deve ficar atenta aos indícios de movimentos de massa: “São vários os sinais que podem indicar uma área de risco, como trincas no solo, trincas em paredes, muros embarrigados, postes e árvores inclinadas. Esses são alguns dos sinais que as pessoas devem observar e, em caso de dúvida, procurarem a defesa civil municipal”.

No relatório, o SGB também sugere às autoridades locais a implantação de sistema de monitoramento de nível do freático, volume de chuva e monitoramento do nível do rio, além da implantação de sistema de marcos topográficos, de forma a verificar a relação entre esses parâmetros e detectar as áreas de maior movimentação.

Participaram do levantamento de campo os pesquisadores do SGB ngela Bellettini e Marlon Hoelzel.


Ações pós-desastre no Rio Grande do Sul

Desde o dia 27 de maio, equipes do SGB iniciaram o atendimento pós-desastre em cidades gaúchas afetadas por enchentes e deslizamentos de terra. Foram atendidas as cidades de Cruzeiro do Sul, Putinga, Arvorezinha, Marques de Souza, Encantado e Roca Sales, no Vale do Taquari, além do município de Lindolfo Collor. Nesta semana, especialistas atuam no município de Doutor Ricardo e nas cidades de São Francisco de Paula, Gramado e Canela, na Serra Gaúcha.

Serão analisadas áreas habitadas, indicadas pelas defesas civis municipais, que sofreram perdas ou danos devido às chuvas intensas. Após o trabalho de campo, as informações serão analisadas e consolidadas em relatórios, que apresentam informações técnicas para embasar ações para prevenção, enfrentamento e resposta a desastres.

Nesses documentos, o SGB também sugere ações de curto prazo, além de medidas estruturantes e não estruturantes para responder ao desastre e evitar (ou atenuar) novas ocorrências.


Novo aplicativo indica áreas de risco com ajuda de cidadãos

O Serviço Geológico do Brasil lançou o aplicativo Prevenção SGB, que permite aos cidadãos obter informações sobre áreas de risco em mais de 1,7 mil municípios mapeados. De forma simplificada, é possível identificar os locais onde existe a probabilidade de ocorrer desastres, como inundações, enxurradas, deslizamentos de terra e quedas de blocos.

Além disso, o app é colaborativo: as pessoas podem cadastrar as ocorrências de eventos geológicos, a partir de fotos, vídeos e uma breve descrição. As informações irão compor uma base de dados nacionais sobre eventos de desastres no Brasil, contribuindo para o fortalecimento das ações de prevenção, enfrentamento e resposta a desastres.


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